20/11/1945 (59 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Pe. SIMÃO NEGRO JUAVELZ (1945)
Nascimento: 28 de outubro de 1886
Localidade: Zudaire (Navarra) Diocese Pamplona
Pais: Sr. Silvestre e Sra. Francisca
Profissão Religiosa: 20 de novembro de 1902
Ordenação: 23 de dezembro de 1911
Enviado: 31ª. Expedição em 16 de dezembro 1922
Falecimento: 20 de novembro de 1945 no Rio de Janeiro, 59 anos
Pe. Simão nasceu no dia 28 de outubro de 1886. Festividade de São Simão e Judas Tadeu, em Zudaire, lugar em que nascera, há uns 400 anos, Santo Estevão de Zudaire, um dos 40 mártires que guiados pelo Santo Inácio de Azevedo, vinham evangelizar o Brasil.
Aos 16 anos fez a sua profissão, tendo ouvido a voz de Deus que o chamava ao apostolado cordimariano, seguindo os passos felizes de seu irmão Estevão, falecido em Pouso Alegre mais tarde.
Após a profissão, seguiu normalmente seus estudos sendo elevado ao sacerdócio, permanecendo como servo fiel, durante os 43 anos de sua vida religiosa.
Estava preparado para o apostolado pela pregação missionária. Grandes idéias profundamente radicadas ferviam em sua mente: sua alma era batalhadora, como um bom Navarro, sobretudo por levar o nome de apóstolos do Brasil e glória de Zudaire. Sobre o fundo da piedade cordimariana, enlevava-o o desejo de ver o Cristo reinando, reinando de fato, sobre a humanidade. Recordava com fruição a felicidade que sentiu recebendo nas mãos o braço de Apóstolo da Índia, São Francisco Xavier.
Quando aportou às terras de Santa Cruz já era sofredor de insidiosa diabete. Restavam-lhe, ainda, forças para realizar seus nobres ideais, tanto no Rio como em Porto Alegre e Santa Ana do Livramento. A partir de 1925 fizeram época os solenes cultos que organizou na Capital riograndense em honra de Cristo-Rei, Santo Antônio Claret e o Santo de Zudaire com orações e poesias. Entretanto, Deus dispôs que o seu principal e contínuo apostolado fosse o do sofrimento, que o acompanhou quase toda vida religiosa. “Os sofrimentos, disse Santa Terezinha, têm convertido mais pecadores do que os pregadores mais eloqüentes”. Desde 1940 foi o sofrimento o único apostolado do Pe. Simão.
Destinado ao Rio sofreu, em São Paulo, uma canelada, que julgou sem importância, mas que o inutilizou para o resto da vida. Recolhido à Casa São Jorge, foi submetido a diversas intervenções cirúrgicas, com o que evitou a amputação da perna ofendida, mas não se evitou o enfraquecimento da vista e nem que a polineurite penetrasse no seu sangue. Numa das crises foram administrados os últimos sacramentos, a seu pedido, pelo Pe. José Beltrán R.I.P. Apesar de estar ameaçado de perder completamente a vista, o corpo todo enfraquecido, a perna afetada mais curta e, estranhamente, virada para um lado, veio passar as festas de Natal entre os irmãos de religião.
Sua permanência na Casa de Saúde deu ensejo de que fossem solicitados os serviços dedicados das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e dos enfermeiros, aos quais o Pe. Simão deixou boa impressão.
Na esperança de obter melhoras, foi aos balneários de Lindóia e São Pedro, consultando, em Campinas, o célebre oftalmologista Burnier, sem resultados satisfatórios.
Desenganado voltou ao Rio, mas com a consolação de poder celebrar diariamente a missa votiva de Nossa Senhora ou de Réquiem, faculdade concedida pelo Núncio Apostólico D. Aloísio Masella. Durante dois anos pareceu estabilizar-se a última doença, permitindo-lhe celebrar meses a fio, sem uma falha. Mas, ao pretender celebrar no penúltimo dia do retiro semestral da Comunidade, na primeira quinzena de outubro, sentiu faltarem-lhe as forças. Passou muito mal até o dia 27 de outubro, véspera do seu 59° aniversário, em que entrou em estado de coma diabético. Administraram-se-lhe os últimos sacramentos, a bênção papal e a encomendação da alma. Recuperou o conhecimento e informado do acontecido, pediu a comunhão, por viático, que recebeu com edificante devoção. A melhora fora passageira, recaindo no coma, que se prolongou por muitos dias. No dia 15 de novembro acordou, por breve tempo, após transfusão de plasma sanguíneo.
Foi o último ato consciente que lhe foi observado. A moret deu-se no dia 20 de novembro quando então completava 43 anos de vida religiosa. Foi colocado no modesto mausoléu levantado pelo Padre Ildefonso Peñalba, R.I.P., que já acolhera as ossadas do Irmão Elias Prior, R.I.P.