Missionários
Claretianos Brasil

Necrologium Claretianum

Padre Tomé Fernández Fernández

26/05/1952 (81 anos)

São Paulo, SP, Brasil

São Paulo, SP, Brasil

Pe. TOMÉ FERNÁNDEZ FERNÁNDEZ 

Nascido: 06 de maio de 1871

Lugar: Manzaneda (Orense), Diocese de Asturiense

Pais: Sr. Afonso e Sra. Romana

Professo: 16 de julho 1891                   

Ordenação: 14 de agosto 1898

Enviado: 5ª Expedição em 18 de agosto de 1902

Falecido: 26 de maio de 1952, em São Paulo, com 81 anos 

  Manzaneda, Vila de Orense, Diocese de Astúrias, Espanha, foi o lugar que viu nascer o Pe. Tomé, aos 6 de maio de 1871. Seus pais profundamente cristãos, fizeram germinar a semente da vocação religiosa na alma pura do menino, que não conhecia outros horizontes que os limitados pela igreja paroquial, a escola e a casa paterna. Correspondeu ao chamado divino e assim por volta do ano de 1886, Tomé já se encontrava no Postulantado (Seminário) de Segóvia a cidade de famoso aqueduto.

Decorrido os estudos humanísticos, passa o nosso seminarista a ex-Universidade de Cervera a fim de praticar o Noviciado. Sua adaptação à Regra e ao espírito claretiano foi notória, de modo que foi admitido à Profissão Religiosa na Congregação, emitiu-a a 16 de julho de 1891 como Filho do Coraçao de Maria.

Fez seus estudos de Filosofia e Teologia na ex-Universidade de Cervera e no ano de 1896 teve lugar sua ida ao Colégio de São Domingos da Calçada, onde fez Teologia Moral e Direito Canônico.

Aí também aconteceu a sua Ordenação Sacerdotal em 14 de agosto de 1898, das mãos do Exmo. Sr. Dr. Mariano Ciudad, Bispo Auxiliar de Valladolid, com 27 cordimarianos, entre eles companheiros futuros do Brasil, Pe. Ângelo Martin e Pe. Francisco Ozamis.

Como primeiro destino e obediência apontou: Auxiliar do Pe. Prefeito de Estudantes de Cervera, que eram então 250.

Nessa atividade surpreendeu-lhe a ordem de partir ao Brasil na 5ª. Expedição de Claretianos, chegando cheio de ilusões em 1902. Nesse momento ano já o encontramos na Casa de Pouso Alegre-MG, onde desempenhou os cargos de Ecônomo e Superior.

Ele em companhia dos Pe. Bota e o Pe. Ozamis elevou bem alto o zelo apostólico cordimariano em todo o Sul de Minas.

Após esses primeiros 10 anos de residência no Brasil, vêmo-lo já ao findar de 1912 em Porto Alegre-RS. Aí não se sentiu bem de saúde. Fez exames médicos e o doutor encontrou nele insuficiência cardíaca tão acentuada que este lhe augurou, no máximo, mais um ano de vida. No entanto viveu mais 39 anos. Diagnóstico desapontador.

Transferiu-se, então, o Pe. Tomé para a Casa-Mãe de São Paulo, chegando em 1913, onde viveu 39 anos ainda. Aí a sua atuação como ministro local, ocupou vários lustros a fio, com zelo e dedicação invulgares. Destacou-se também à frente dos Irmãos Missionários, verdadeiros esteios da economia doméstica paulistana, com conselhos prudentes e alegre convívio na recreação.

Acidentalmente exerceu as funções de Provincial e Superior na ausência dos respectivos titulares, dando bom recado de sua tarefa. Em dois Governos Provinciais desempenhou o cargo de Conselheiro e num deles, ao mesmo tempo foi Secretário.

Muitos anos desempenhou o ofício de Sacristão do Santuário. Durante o seu sacristanato, foi edificante a assiduidade na administração dos Santos Sacramentos e seu zelo pelo decoro do Santuário, e realizaram-se os seguintes melhoramentos: 1) pavimentação com ladrilho fino em todo o Santuário; 2) a bancada atual de quatro filas de bancos de madeira de lei; 3) a pintura interna de todo o Santuário; 4) a obra prima de madeira entalhada do guarda-respeito da entrada do Santuário; 5) a decoração interna da ex-capela do Bom Jesus a oeste interno do Santuário.

A fisionomia moral do Pe. Tomé poderia ser resumida e definida desse modo: intensa piedade, espírito de sacrifício e amor à Congregação.

O seu mal crônico, insuficiência cardíaca foi o seu purgatório na terra. Sua aliada grave foi a surdez, que em seus últimos dias e anos era quase total. Com isto vinha o sacrifício: o isolamento que se impunha por não molestar os outros.

Com o correr dos anos acentuaram-se as falhas do coração. Em maio de 1952, quando celebrava o seu natalício, agravou-se o mal pelos cumprimentos dos irmãos e conhecidos. Dia 10 de maio apresenta-se outra crise mais alarmante. A extrema fraqueza do coração não permitia mais reação favorável. A pedido do paciente, foram-lhe administrados os últimos Sacramentos, que recebeu com piedade edificante, depois de dirigir à comunidade palavras de agradecimentos e humildade.

Recebeu, ainda a visita de seus sobrinhos e parentes. Vendo-os reunidos, com calma abençoou a todos e dirige-lhes, com pausa, exortação sobre a vaidade deste mundo e a necessidade de se preocupar, na vida, acima de tudo com os interesses da alma.

Por fim, no dia 26 de maio, às 20h30, depois de rápido, estremecimento, entregou a sua alma a Deus, na paz dos justos, mais este bom filho do Imaculado Coração de Maria.

Os seus funerais revestiram-se de invulgar imponência, dadas as suas boas e muitas amizades.

O coro dos Estudantes de Guarulhos (Noviciado) veio, em peso, cantar a Missa Exequial e acompanhou o féretro ao cemitério. Numerosos carros acompanharam o cadáver até a sepultura, transportando-o amigos e filhos espirituais do finado em sentida homenagem aos seus relevantes merecimentos.

Dentre estas homenagens , destacou-se a do Apostolado da Oração do Santuário, menina dos olhos do Pe. Tomé. Além do comparecimento em peso a Diretoria fez questão de custear as despesas da Companhia Funerária, transportes e trâmites necessários para o sepultamento, encomendando também a lápide de mármore e sua correspondente jardineira para colocar flores diante da sepultura.

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