Missionários
Claretianos Brasil

Necrologium Claretianum

Padre Vicente Conde Monteiro

16/09/1955 (78 anos)

Campinas, SP, Brasil

Campinas, SP, Brasil

PE. VICENTE CONDE MONTEIRO (1955)

 

Nascimento: 23 de agosto de 1877

Localidade: Canillas de Esgueva (Valladolid) Diocese de Palência

Pais: Sr. José e Sra. Juliana

Profissão Religiosa: 15 de setembro de 1895

Ordenação: 05 de julho de 1903

Enviado: 18ª Expedição, em 09 agosto de 1911

Falecimento: 16 de setembro de 1955, em Campinas-SP, 78 anos

 

Canillas de Esgueva, da opulenta Castela, Diocese de Palência, Província de Valladolid, foi a cidade berço do PE. Conde.

O Pe. Conde foi o servo bom e fiel do pai de família em terras de Portugal e Brasil. Depois do processo todo de sua vocação e ordenação sacerdotal, seu primeiro destino foi Portugal, local das primeiras lutas e dores advindas da perseguição religiosa naquele país.

Logo após, foi enviado ao Brasil, na 18ª Expedição de Claretianos. Experimentou esses sacrifícios, que ofereceu a Deus pelas viagens ásperas, excesso de trabalho, falta de descanso, inclemência do tempo e outras privações que se fizeram sentir nas primeiras décadas do século XX.

A partir do dia solene da sua Ordenação sacerdotal (5 de julho de 1903), teve o Pe. Vicente Conde bem fixa na sua alma a luminosidade que o Espírito Santo projeta sobre o Sacerdócio Católico: “Qui autem fecerit et docuerit, hic magnus vocabitur in regno caelorum”, o que  fizer e ensinar, este será chamado grande no reino dos céus: e aquela outra nota de predileção do divino Mestre:  “Manete in dilectione mea”, permenecei no meu amor.

É o dogma de incorporação a Cristo, não somente pela vida cristã, mas também e principalmente pelo carisma das Ordens Sagradas, pela missão de cooperador e pela entrega sem restrições, que o religioso sacerdote faz de si mesmo a Jesus Cristo, Sacerdote Eterno.

Missionário eminentemente social, o Pe. Conde soube aproveitar o círculo de suas relações para interessar as famílias de recursos em favor do problema urgente e imperioso das vocações sacerdotais e religiosas. Conservava amizades em muitas cidades do Brasil, com endereços em agendas íntimas de pessoas de projeção social, a quem se dirigia sempre que o julgava conveniente com resultados brilhantes para esse fim elevado.

Também os senhores bispos reconheciam no Pe, Conde um grande amigo do clero das dioceses e vários foram os sacerdotes que souberam escolher o Pe. Conde, para seu diretor espiritual.

Não era seu feitio aprofundar numa reflexão ponderada ao analisar os casos da vida religiosa ou da vida social e sentia-se bem vivendo na superfície dos acontecimentos. Pedia-se-lhe uma determinada licença, como superior, a primeira resposta era não bem seco. Mas à explicação do motivo da autorização, respondia incontinenti: então pode. Esses sintomas de hesitação do Pe. Conde, muitas vezes, da sensibilidade de sua consciência, sempre bem ajustada às diretrizes das Constituições da Congregação. Nem por isso seus receios raivam jamais em timidez. Auxiliado de uma boa memória, não lhe era difícil munir-se simultaneamente de conjunto de cada acontecimento. E talvez se encontre nesta visão de conjunto, a explicação daquelas diferentes frases, pelas quais passava seu raciocínio antes de dar a solução que lhe era requerida.

Preferiu sempre o ambiente comum da modéstia: um sorriso todo característico, incumbia de suprir argumentos para declinar toda honraria e ensejo de brilhar. Nas comidas foi sempre frugal, pautando os seus atos por um critério de mortificação.

Bem notório foi o seu espírito de pobreza que se traduzia na simplicidade no vestir e nos seus hábitos de parcimônia, na cela, nas viagens e em toda a parte. Mostrou-se sempre satisfeito pelo que lhe ofereciam, ainda que fosse insignificante. Não exigia nada e nada reclamava nas comunidades e nas casas paroquiais, onde se hospedava.

Teria bem sempre presente aquele pensamento de São Paulo: “Castigo o meu corpo e o escravizo, não seja que tendo sido arauto para os outros, seja eu reprovado”. Em suma, Pe. Conde foi o pregador de unção evangélica, diretor prudente e zeloso de associações religiosas; mas era reconhecida a sua dedicação, quando se tratava de assistir aos enfermos e de administrar os Santos Sacramentos da Penitência. Foi sempre assim de um zelo inexcedível. Inúmeras vezes deixou a refeição e horas de repouso em benefício das almas. Eram sacerdotes e pessoas de todas as classes sociais que, de preferência, procuravam o Pe. Vicente Conde para as suas confissões.

Nos últimos anos constituía um exemplo sumamente edificante ver o Pe. Conde, com uma bengala na mão, arrastando os pés e dirigindo-se ao confessionário, sempre a impulso do mesmo espírito de fé, sempre bem disposto e com grande abnegação apostólica. Nada valia a sua saúde, nada significavam suas comodidades, quando estava de por meio o bem das almas. 

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