Missionários
Claretianos Brasil

Necrologium Claretianum

Padre Joaquim Cardoso Gouveia

26/01/1951 (64 anos)

Campinas, SP, Brasil

Campinas, SP, Brasil

Pe. JOAQUIM CARDOSO GOUVEIA (1951)

Nascimento: 09 de agosto de 1886

Localidade: Faia (Beira Alta – Portugal)

Pais: Sr. Joaquim e Sra. Maria

Profissão Religiosa: 15 de agosto de 1905

Ordenação: 07 de março de 1914

Enviado: 23ª Expedição, julho de 1914 com o Pe. Luís Aregall

Falecimento: 26 de janeiro de 1951 em Campinas-SP, 64 anos

 

A cidade Faia, Beira Alta, Diocese de Lamego (Portugal) viu nascer o Pe.Joaquim Cardoso Gouveia. Seus pais, tradicionalmente cristãos, como todos os bons portugueses, souberam incutir na alma bem inclinada do seu filho, o caráter firme e a piedade. Não é, pois, de admirar que Joaquim no fim do século XIX chamasse às portas da morada dos Missionários do Coração de Maria para no início do século 20, atravessar os mares, como outrora fizeram  (século 16) os seus ancestrais lusos, e assentar o marco não de armas mas da Cruz de Cristo e a senha do Coração Virginal.

Cursada a latinidade, e tendo demonstrado espírito cordimariano durante o Noviciado, foi recebido à profissão religiosa, com 19 outros companheiros, aos 15 de agosto de 1905. Feitos os estudos filosóficos teológicos, no dia 7 de março de 1914 subiu ao altar, como “Alter Christus” em Burgo de Osma.

Passados os primeiros ensaios missionários em Aranda de Duero, foi destinado ao Brasil.

O navio “Andes” da Mala Real Inglesa transportou o novo missionário, juntamente com o Pe. Luís Aregall, desembarcando na Bahia no dia 20 de julho de 1914. Durante quase 8 anos exercitou-se no ministério apostólico nos sertões da “Boa Terra”, embrenhando-se pelo Sergipe, Pernambuco, Ceará e Piauí com as santas missões e retiros ao clero. Em fevereiro de 1922 rumava a Pouso Alegre a fim de continuar as missões e acompanhar em Visitas Pastorais ao Sr. Bispo Diocesano.

Em janeiro de 1925, foi transferido para Belo Horizonte e a seguir para Méier-RJ, com idêntica finalidade das outras Casas. Estando nestes destinos, foi procurado para o Retiro do Clero na Paulicéia, Taubaté e Sorocaba, com grande aceitação dos ouvintes. Em janeiro de 1934, voltou ao seu primeiro destino, mas não se aclimatou bem e foi para Campinas.

Terminado o triênio em 1937, foi para Porto Alegre e aí se dedicou inteiramente às missões chegando até  às fronteiras do Paraguai. Passando seis anos em Porto Alegre e aí se dedicou inteiramente às missões onde passaria o resto da sua vida, dedicada sempre à pregação da Palavra de Deus e à direção espiritual das almas no confessionário.

Embora de ótima constituição e saúde, após esses anos de pregação e ministérios, sua natureza acabou se ressentindo, mas não deu muita importância. A voz foi se tornando arroucada nas pregações, devido ao desenvolvimento exagerado das tireóides, os pés inchados. A vista enfraquecendo  notoriamente.

Acrescente-se a tudo isto um tumor de notáveis proporções, que lhe oprimia o abdômem.  Em síntese, qualquer catástrofe na sua saúde poderia aparecer e agravar a quaquer momento, e foi o que precisamente aconteceu.  Apesar do seu otimismo, com o qual queria enganar a si mesmo, aconteceu que na primeira sexta-feira de agosto de 1950, deu a natureza o alarme, aviso da próxima destruição.

Nesse dia amanheceu inconsciente, o que alarmou o Padre Superior. Foi internado imediatamente no Hospital Irmãos Penteado. Medicado voltou à Casa e por indicação médica, seguiu para Santos, onde melhorou um pouco no fim de novembro. Em 10 de dezembro, voltou para Campinas, foi seguindo com crises de perda de consciência até o fim do ano e começo de 1951.Assim tornou-se necessário interná-lo novamente no Hospital Irmãos Penteado. E foi necessária a operação.

Após relutância quase invencível em submeter-se à operação, mas insistindo os médicos e expondo com caridade o Padre Superior a necessidade, submeteu seu juízo, como uma criança, no dia 22, com grande admiração do próprio Padre Superior. Pediu ao padre que lhe assistia, para se confessar na véspera da operação. No dia 23 procedeu-se a operação. O tumor estava profundamente infiltrado. O médico, com  ingente esforço, conseguiu arrancá-lo, com muita perda de sangue, ficando como morto. Durou três horas a operação. Durante a mesma, o Padre Superior deu-lhe urgente a Unção dos Enfermos. Usados todos os recursos médicos, recuperou os sentidos. Nos dias seguintes, 24 e 25, foi vivendo artificialmente por meio de oxigênio, aplicação de soro, injeções, transfusão de sangue, mas, apesar disso a natureza não reagiu.

No dia 26, em vista do agravamento do seu estado, o Padre Superior administrou-lhe, naquela madrugada, a Sagrada Comunhão como Viático. Assim foram seguindo as horas. Perguntando-lhe como ia passando, respondia: “Bem, estou melhor, obrigado!” Mas de uma maneira que não convencia. Às seis horas e quinze da tarde, sentindo muito frio, veio a piorar e a falecer logo após.

Às oito horas da noite, a sala de visitas do Rosário estava convertida em câmara ardente. Procedeu-se o velório. No dia seguinte, 27, o Sr. Bispo Diocesano, Dom Paulo de Tarso Campos oficiou solene missa de corpo presente, com bastante assistência de fiéis e no coro os padres da Comunidade.

Para as exéquias chegaram padres de Rio Claro e São Paulo. Houve boa representação de padres regulares e diocesanos. O préstito foi presidido e oficiado pelo Monsenhor Moura, Vigário Geral, representando o Sr. Bispo. Foram, entoados cânticos e orações litúrgicos para o sepélio. Antes de ser entregue à terra, aberta a tampa do caixão, o Prof. Geraldo Correia, seu dirigido espiritual, proferiu palavras comovidas sobre o extinto:  “Queira o Pe. Joaquim, desde a Congregação triunfante, favorecer-nos com suas preces e nos auxilie para levar avante os anseios de todo o bom filho do Coração de Maria, como ele o foi”.

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