PE. ALCIDES MAZZONETTO, CMF

Data de Nascimento:

09/12/1920

Falecimento:

Falecimento: 27/02/1958 (37 anos)

Cidade:

Belo Horizonte, MG

Pe. Mazzonetto nasceu em Piracicaba – SP, no dia 9 de dezembro de 1920. Seus pais, Sr. Antônio e Sra. Luiza, sobreviveram-lhe. Teve também um irmão, casado com Dª Odette Rodrigues Mazzonetto. Seus pais religiosos educaram-no bem no temor de Deus e assim, ainda criança manifestou sua inclinação para a vida religiosa. Mas a sua vocação para a Congregação despertou pelo convite que lhe fez um Irmão Missionário Propagandista da Revista Ave Maria.

Com informes do Pároco e dos Professores, ingressou no Seminário Claret de Rio Claro, onde cursou os anos de latinidade. No ano de 1940 fez o Ano de Provação colocando sólida base na vida religiosa sacerdotal-missionária. Professou em 2 de fevereiro de 1941 em Guarulhos, onde fez seus estudos de Filosofia.

Mais tarde foi para Curitiba com o objetivo de estudar Teologia. Na capital paranaense ordenou-se sacerdote, aos 14 de dezembro de 1948. Já feito sacerdote, seu primeiro destino foi Rio Claro, designado Professor e Coadjutor do Pe. Prefeito no Seminário Menor.

Então Missa e Breviário eram rezados com piedade, as confissões eram prudentes, e com as pregações bem preparadas, soube fazer produzir 100% seus talentos oratórios. Castidade a toda prova, principalmente na modéstia dos olhos. Um dos seus propósitos: no quarto nunca ficarei de batina. Tinha grande desprendimento da família e de todas as coisas.

Morando em Rio Claro teve oportunidade de ir a Piracicaba, sua terra natal e não foi e, mesmo uma vez que os padres da comunidade fizeram um passeio, ele foi, mas não chegou à sua casa. Era obediente aos superiores, defendendo-os com respeito e com carinho. Caridade com os irmãos de Congregação, sempre pronto para servir era outra virtude, e ainda era zeloso pelo bem das almas. E ainda não se fazia esperar por ninguém.

Como professor fazia os alunos aproveitarem as suas qualidades. Como Coadjutor foi sempre solícito às ordens do Pe. Prefeito, cooperando eficazmente na formação dos seminaristas. Mesmo com todos esses cargos, nas semanas santas, era o pregador zeloso e prudente.

Assim foi a vida do novel sacerdote de 1949 a 1951. Daí a 1953 exerceu o cargo de Ministro, em Rio Claro ainda, cuidando com carinho da formação de vários irmãos missionários. No final de 1953 foi destinado a Pouso Alegre.

Aí projetou-se como apostólico missionário, estando sempre nos postos de combate: púlpito e confessionário. Nesta Casa ele pode exercer a sua caridade como enfermeiro, em atender os veteranos missionários Padres Negro, Alcibar e Yague.

Em 1955 foi nomeado Pároco da Paróquia de N. Sra. de Lourdes, em Belo Horizonte, tomando posse no dia 16 de janeiro desse mesmo ano. Como Pároco foi perfeito. Além de todo o trabalho próprio da Paróquia, fundou uma biblioteca paroquial, que depois de sua morte tomou o seu nome. Nesta paróquia o ministério, em que mais se destacou foi o de confessor. Criou-se esta frase: “Querendo achar o Pe. Alcides em casa, era só ir ao confessionário”.

Em janeiro de 1958 foi nomeado Superior da Casa de Pouso Alegre para reger o Seminário (Postulantado), de 1958 a 1960. Outros, porém, eram os desígnios do Senhor!

Veio e tomou posse do cargo novo com todo o entusiasmo. Fez o seu programa de governo: agir com caridade e acima de tudo a caridade, governar pelo amor. Procurou cumpri-lo no único mês, em que esteve como Superior, assim como renovou propósitos que ele fizera uns 9 anos antes, quando do retiro de sua ordenação para o caso de nomeação de Superior.

Versavam os propósitos sobre a prudência e caridade de como havia de tratar os súditos. Mas o Pe. Alcides já vinha sofrendo há dezessete anos de úlcera no duodeno. Várias vezes teve hemorragias. Parece que então o único remédio era sujeitar-se à operação, quanto antes.

Daí por supor-se o sofrimento que teria, sobretudo, quando Pároco de Lourdes com as contínuas chamadas para o confessionário!

Criou coragem, submeteu-se à operação que, como dizem sempre os médicos: “Correu tudo azul”. Mas depois vieram complicações e uma nova operação arrebatou o Pe. Alcides do convívio humano.

Sofreu muito, mas ofereceu todos os sofrimentos pela conversão dos pecadores. Pela sua paciência e zelo nos sofrimentos conseguiu uma grande graça: seu pai, que fazia anos não se aproximava dos sacramentos, fez sua confissão e comunhão.

No dia 27 de fevereiro de 1958, entregou sua alma a Deus. Toda Belo Horizonte se comoveu. A Basílica de Lourdes recebeu corpo de seu pároco com as solenidades fúnebres, e seus paroquianos, amigos entre lágrimas, orações e missa choraram o seu passamento. O sepultamento foi uma apoteose.

Seu túmulo é muito visitado pelos seus beneficiários, que dirigiu pelo caminho da salvação e santificação. Que sua vida tão curta sirva para nós todos de exemplo, de paradigma, no árduo ministério das confissões e na prática da caridade fraterna. Que esta virtude, rainha das virtudes, como o foi para o Pe. Alcides, seja realmente rainha entre nós, filhos do Imaculado Coração de Maria.