PE. ALEXANDRE MARCOS RODRIGUEZ, CMF

Data de Nascimento:

26/02/1932

Falecimento:

Falecimento: 27/12/1965 (33 anos)

Cidade:

Goiânia, GO, Brasil

Cárpio, pequena aldeia da Província de Valladolid, na Espanha, foi o berço do menino Alexandre aos 26 de fevereiro de 1932. Seus pais, Sr. Paulo e Sra. Dionísia souberam plasmar naquela pequenina alma, naturalmente boa, o espírito de sacrifício evangélico e missionário.

Da vida do campo, seus pais mudaram para a Cidade de Condal, na Catalunha. E aí, em Barcelona, se entreabriram as janelas da vocação missionária e sacerdotal. E foi precisamente ao contato com os Diretores e Professores do Colégio e Casa-Missão de “Gracia” que sentiu a vocação religiosa e claretiana, levando-o para a Congregação o Pe. José Maria Jiménez, então Diretor do Colégio de “Gracia,” mais tarde Professor da Universidade de Salamanca.

Ingressou no Seminário Menor de Barbastro, cursando a 4ª e 5ª séries de latinidade. Neste período, o que se sabe de seu caráter moral, intelectual e religioso, é que tirando a parte afetiva, muito natural, de saudades e nostalgia dos seus, seu pai, o Sr. Paulo dizia que quando morou em Barbastro, Vic, Solsona, Valls etc., ia visitá-lo, ele então recomendava ao pai, que comprasse doces, bolos, pastéis, licores e outros presentes para os mexicanos e outros estrangeiros, que estavam no Seminário, a fim de lhes tornar a vida menos pesada.

De Barbastro trasladou-se para Vic; começou o Noviciado a 15 de julho se 1950, vestindo o hábito dos Filhos de Santo Antônio Maria Claret. Fez a sua Profissão Religiosa Temporária a 16 de julho de 1951. Em 1954 estava em Valls, começando o 1º Ano de Teologia; aí, naturalmente estudou Direito Canônico, do qual foi aluno muito aproveitado, pois o Professor lhe perguntava dias consecutivos e respondia maravilhosamente bem.

Era trabalhador ativo e muito ordenado nas suas coisas, segundo apontamentos e fichários seu. Foi Administrador da Revista “Hogar Claretiano”. Assim, com a confiança e amizade de seus professores, foi ordenado sacerdote do Deus Altíssimo aos 17 de agosto de 1958. Terminado o Ano de Pastoral e destro para o manejo do aço, capacete e escudo, foi enviado para novel Província do Brasil Central, desembarcando no Galeão na tarde do dia 22 de julho de 1959.

Depois de alguns dias de descanso na Cidade Maravilhosa, Pe. Alexandre foi a Pouso Alegre, com o fim de exercer os cargos de Professor e Coadjutor dos Prefeitos dos seminaristas menores.

Exerceu seu cargo e passados dois anos, foi destinado para o Jardim Claret, Mendes, no dia 31 de janeiro de 1962, como Professor de Matemática e Química; depois, a responsabilidade acresceu com os encargos de ecônomo. Professor no Ginásio Marechal Rondon e Coadjutor do Mestre de Noviços. Nos poucos anos de existência palmilhou muitas distâncias: “Consummatus in brevi, explevit tempora multa”.

Foi em Mendes que se dedicou por completo ao serviço de Deus e aos ministérios, ora na Paróquia de Santa Cruz dos Mendes, ora como diretor espiritual em palestras, conferências, retiros espirituais, catecismo, confissões, et., etc.

Assim o caracterizava um grande amor à Congregação: como ecônomo tinha grandes planos sobre a chácara. Queria executá-los: os 800 pés de laranjeiras, os coelhos, as galinhas, plantas ornamentais etc. Era de caráter franco, muito reto, trabalhador nos ministérios e magistério; as amizades concentravam-se não em si, mas para o bem da Congregação. Outros méritos teve o Pe. Alexandre que os irmãos da comunidade poderão testemunhar, e outros conhecidos por Deus, que os premia no céu.

O Pe. Alexandre queria conhecer Brasília, planejou a viagem e para este efeito convidou Benedito Rodrigues e um Padre Diocesano mais um irmão e um estudante. No dia 27 de dezembro de 1965, depois de celebrar a missa, uns poucos minutos de ação de graças, e de um cafezinho, subiram ao veículo Rural Willys e partiram.

Pouco antes de Cristiano Otoni, abasteceu o carro, cinco minutos após deu-se um desastre: correndo a 80 km por hora, quis ultrapassar um carro, que não lhe deu passagem e, com medo de uma batida, freou violentamente, o carro rodopiou sobre si, umas cinco ou seis vezes… e o motorista que era o Pe. Alexandre, com as costelas imprensadas contra o volante, largou a direção e foi lançado fora já sem vida; os outros dois padres também feridos, deram-lhe a absolvição. Na mesma hora passava pelo local um médico, que só pôde atestar que o Padre estava morto.

Seu corpo foi levado para Belo Horizonte e de lá, a pedidos insistentes do povo de Mendes, transportado para esta cidade, acompanhado pelo Pe. José Narciso dos Santos. Ali o povo acorreu em massa para prestar as suas últimas homenagens ao querido Pe. Alexandre. O Revmo. Bispo Diocesano celebrou a Missa de Corpo Presente. O enterro foi uma apoteose nunca vista nesta cidade.