Yurre. Nobre cidade da Província de Vizcaya, Diocese de Victória, mais nobre ainda por ter dado à Congregação Claretiana diversas vocações, entre a vocação de seis irmãos de uma mesma família, foi o lugar do nascimento do menino Crescêncio, membro de religiosa família. Ele viu a primeira luz do mundo, no dia 5 de maio de 1904. Seus pais, Sr. Inácio e Sra. Casimira, da família Iruarrizaga, católicos praticantes, tiveram a graça de Deus de doarem à Congregação, seis filhos padres.
Iruarrizaga, sobrenome e título é tido como ilustre e honrado entre nós Claretianos, pelos seis irmãos, que se ajuntaram, entraram e honraram galhardamente as hostes cordimarianas. Todos os seus sobressaíram pela inspiração e arte musical, que parece como completar o vale arraciano.
Todos foram maestros e compositores, dos quais aparecem como pujante pela voz sonora e nobre o Pe. Luiz, como acadêmico, o Pe. João, como folclorista o Pe. Ruperto, os outros sem deixarem a índole ingênita da família e o estudo musical, incumbiram-se de outros ministérios e dirigiram comunidades: Pe. Gervásio, na Espanha, Pe. Francisco nos Estados Unidos da América do Norte e Pe. Crescêncio no Brasil.
Ele compilou em diversos impressos musicais, entre os quais sobressaem os dois livros editados (com música) pela Gráfica e Editora Ave Maria: “Melodias Marianas” e “Melodias Eucarísticas”, com diversas músicas de sua composição.
Entrado na Congregação e realizados seus estudos de Latim, foi aprovado para o Noviciado, perfazendo-o durante o ano de 1921 Emitiu a Profissão Religiosa aos 15 dias de agosto de 1922. Cursou todos os seus estudos, inclusive Filosofia e Teologia nos Colégios-Seminários do Instituto.
Normalmente durante a carreira eclesiástica, após receber a Tonsura, seguiram-se as Ordens Menores, Subdiaconato e Diaconato nas datas previstas dos tempos litúrgicos e chegado o dia venturoso para ele de subir os degraus do altar pela Ordenação Sacerdotal, foi sagrado Ministro do Senhor, no dia 2 de junho de 1929.
Em 1930 foi enviado ao Brasil na expedição 37ª de Missionários Claretianos, chegando na Terra de Santa Cruz no dia 20 de setembro e aqui permaneceu até o ano de 1979.
De princípio, sua primeira comunidade foi a Casa-Mãe de São Paulo e seu primeiro cargo foi o de Prefeito do Pré-Postulantado que aí então funcionava e exerceu-o com muita aprovação dos Superiores. Extinto o Pré-Postulantado criou-se o Ginásio Coração de Maria pelo Pe. Raimundo Pujol, no qual o Pe. Crescêncio atuou como grande colaborador e professor sendo logo nomeado o seu segundo Diretor; desempenhou-se nele muito bem, tornando-o Estabelecimento Oficial de Ensino
Neste mesmo ramo de ensino, foi destinado a Batatais como Diretor do Colégio São José, deu-lhe grande impulso, sobretudo no sentido educacional. Durante sua gestão, construiu a piscina esportiva do Colégio. Além da piscina aquática, houve outros melhoramentos importantes.
Exerceu também o apostolado nos lugares onde esteve, sendo ainda Superior em Rio Claro e em Batatais. Foi Reitor do Colégio e Superior da Comunidade. Em São Paulo sempre correu por sua conta a parte musical, sendo o organista oficial e também, maestro do Coral Coração de Maria que tanto brilho deu as sessões litúrgicas do Santuário.
O coral era-lhe dedicado, deixando e tendo antes conquistado muitos amigos e admiradores. Ressaltou sempre o cultivo divino com a música sacra pelos lugares onde esteve, dando alma aos cantos com sua voz forte e sonora, confirmando a índole de família.
Esteve como Superior em diversas casas e foi nomeado Superior Provincial da Província do Brasil Central, que exerceu com muita segurança e energia e, ao mesmo tempo, bondade. Terminada a sua função provincial, foi escolhido Ecônomo Provincial da mesma Província, administrando-o admiravelmente salvando-a de um verdadeiro colapso.
Nos últimos anos de sua vida, foi Morar na Espanha na Província de Euskalerria, de sua origem, encarregando-se de supervisionar as obras musicais de seu Ir. Luiz Iruarrizaga, enquanto essas obras eram impressas tipograficamente, por ser o Pe. Crescêncio reconhecidamente perito nesta arte, como justo juiz e, sobretudo, com o fim de tornar conhecido mundialmente o gênio musical e imortal do seu mano Luiz.