Ciruelos de Cervera, Província de Burgos, Espanha, foi o lugar do nascimento, aos 19 de setembro de 1887, do Ir. Domingo. Seus pais, de origem humilde, formavam uma família muito cristã. Ingressou no Noviciado de Segóvia aos 12 anos de idade. Esperou até completar a idade. Segundo sua ficha pessoal, fez seu Noviciado em 1904 e a 15 de agosto de 1906, em Segóvia faz a sua Profissão Religiosa, nas mãos do Pe. Isaac Burgos, Superior Provincial de Castela. Foram 13 os seus companheiros, sendo ele o único Irmão Missionário.
Estando ainda em Segóvia, em 1907, recebeu o seu primeiro destino para o Colégio Menor de São Domingos da Calçada, fundado há pouco. O ano de 1908 foi-lhe de grande surpresa: foi escolhido para formar parte na 13ª Expedição Missionária para o Brasil, assim constituída: Pe. Jorge Herranz e os Irmãos Francisco Balteiro, Melchio Martin e Antônio Hernando Domingo.
Zarparam de Lisboa a 3 de novembro de 1908 e aportaram a Santos a 24 do mesmo mês e ano. Com 19 anos e 2 anos de Professo, estava o Ir. Antônio Domingo em terras brasileiras. No Brasil o seu primeiro destino foi a Casa do Rio Comprido (Rio de Janeiro), depois de três anos passou à Casa do Méier (Rio de Janeiro). Viveu, a seguir, em Porto Alegre, durante cinco anos, passando por São Paulo um ano mais ou menos, e residiu em Pouso Alegre – MG outros cinco anos.
Em 1920 voltou para São Paulo a fim de trabalhar como grande propagandista da Revista Ave Maria, até 1951. Passou dois ou três anos em Santos, depois foi para Rio Claro desde 1953 até o fim da vida.
Enquanto trabalhou nas casas, desempenhou-se sempre à altura, como alfaiate, como sacristão nas paróquias. Não lhe faltava tino prático e nem bom gosto para tudo. Onde, porém, o Ir. Antônio se projetou mesmo, foi como grande propagandista da Revista Ave Maria, que muito deve em sua expansão ao Irmão. As assinaturas aumentaram muito. Seu setor foi o Sul de Minas e também o Centro e Norte do Estado. Era pontualíssimo. Outro fator importante deste progresso da Revista citada, foi o trato sempre alegre, bondoso e amável com todos. Sabia louvar, agradar, interessar e, sobretudo, perguntar, informar-se. Trinta anos de sua preciosa vida, empregou-os neste apostolado da imprensa, que tanto santificou nesta etapa da Província, a tantos Irmãos Missionários.
Após tanto trabalho em prol da Congregação, o Ir. Antônio principiava a perder a vista. Precisava repouso e fazer um tratamento necessário à recuperação de sua saúde. Permaneceu os anos de 1951 e 1952 em São Paulo, passou uns meses em Santos para definitivamente ir para Rio. Estava ficando cego. A estas alturas já tinha perdido uma vista e estava na iminência de perder a outra. E tudo isto devido a uma diabete pertinaz.
Apesar desse sofrimento teve seus momentos de alegria, como o foram os de suas Bodas de Ouro de Vida Religiosa, em 15 de agosto de 1956. Rodeado dos seus irmãos religiosos, quase todos colegas propagandistas, renovou a sua Consagração nas mãos do Superior Provincial em festiva missa cantada por seminaristas.
Outro motivo de alegria, foram as cartas que trocava com os parentes e conhecidos amigos da pátria, quase todos de Madri, em que, com saudades, se lembravam de eventos em que os encontrou, quando de sua ida à Europa, na inauguração do Templo Votivo Internacional do Imaculado Coração de Maria.
Quanto às suas virtudes, brilhou em primeiro lugar a paciência e a resignação religiosa, pelos longos anos de sofrimento pela cegueira e pelas viagens incômodas, durante os anos da propaganda da Ave Maria.
Era pontualíssimo nos atos de comunidade. Facilmente, deixava transparecer o seu amor às coisas e à Glória da Congregação. Trabalhou muito pelo Templo Votivo Internacional do Imaculado Coração de Maria.
Foi também devoto do Padre Fundador, espalhava sua devoção por onde passava. Era de muito bom humor e um otimista sadio mesmo no sofrimento. Pelo sofrimento da cegueira e pela diabete, foi enfraquecendo e faleceu, repentinamente, a 5 de abril de 1960, no quarto em seu leito, onde foi encontrado morto de uma síncope cardíaca. Estando o corpo ainda quente, foi-lhe dada a absolvição “sub conditione” “inartículo mortis”.
Descanse em paz quem foi exemplar e verídico filho do Imaculado Coração de Maria, fazendo jus à nossa Promessa Consoladora. Confessava-se semanalmente e comungava diariamente e esforçava-se na observância exata de seus deveres religiosos como bom soldado.