IR. ANTÔNIO NEPOMUCENO ABREU E SILVA, CMF

Data de Nascimento:

10/05/1908

Falecimento:

Falecimento: 17/12/1976 (68 anos)

Cidade:

Curitiba, PR, Brasil.

Mercês, pacata cidade do Estado de Minas Gerais, Diocese de Mariana, foi o lugar onde viu a luz do Sol o menino Antônio Nepomuceno, aos dez dias do mês de maio de 1908. Seus pais, Sr. Manoel e Sra. Marcolina, infundiram no filho o temor de Deus e formação séria, a piedade. Esta semente sempre germina para glória de Deus.

Sentiu o chamado, já bem adulto para a vida religiosa, como Irmão Missionário e consultando os Salesianos, preferiu a Congregação Cordimariana, porque, naquele então, os irmãos claretianos vestiam e andavam de “batina” e os salesianos não. E, assim, aos 8 dias de fevereiro de 1940, com 32 anos de idade, foi recebido diretamente no Noviciado de Guarulhos, sob a guia do Pe. Raimundo Castillón, Mestre de Noviços.

Este, reconhecendo no candidato as qualidades para a vida religiosa, isto é, amor ao trabalho, afeição às coisas espirituais e interesse em se corrigir em seu temperamento, trazido do mundo, admitiu-o. Em 1941 fez seu Ano de Provação, sendo que no ano seguinte, em 2 de fevereiro de 1942, emitiu os votos religiosos temporais.

Seu primeiro destino foi a Casa de São Paulo, como cozinheiro. Em São Paulo funcionava o Ginásio Coração de Maria. Revelou-se entusiasta pela educação de juventude e pelo apostolado da boa imprensa. Não demorou muito em São Paulo e passou para Curitiba, no ofício de cozinheiro até 1949, ocasião em que o Superior Provincial o destinou para propagandista de Revista Ave Maria.

Substituiu ao Ir. Abad que, com a sua saúde abalada, passou-lhe o cargo para trabalhar na região sul. Como bom “Mariano”, que sempre foi, serviu-se do ofício de propagandista para também difundir a devoção a Nossa Senhora da Visita Domiciliária: imprimiu folhetos próprios, construiu “capelinhas” que levavam a imagem do Coração de Maria a inúmeras famílias.

De propagandista da Ave Maria na região sul, foi transferido para Curitiba como agente-cobrador da “Voz do Paraná”. Para isso deu os seus suores e canseiras de apóstolo da boa imprensa, até ocorreram-lhe achaques da doença que o impediram de prolongados triunfos anelados por seu espírito apostolicamente ativo. Neste trabalho viu extinguir-se, aos poucos, a sua vida, no silêncio, meditação e reza do rosário, que não se desprendia de sua mão, santificando-se pela aceitação de sua cegueira, diabete e outros incômodos.

Ao Ir. Abreu, beneficiado pela graça da vocação à Congregação Claretiana, verdadeiramente apostólica, com áreas de santificação dos seus membros, apesar de sua compreensão, não lhe foi fácil renunciar, de imediato, ao mundo de ideias ao estilo secular, sendo diplomado em contabilidade, economicamente independente.

Ele dirigia em São Paulo um bar de sua propriedade. Pesou-lhe certamente a cruz da abnegação evangélico-cristã, concretizada, de início, no ofício de cozinheiro, sem lembrar outras exigências da vida dos recém-consagrados. Confirma-se, assim, a impressão de ele ser fiel a Deus, no seu chamado, mas que amargou humildemente o ofício de cozinheiro, muitos anos, contra os seus naturais pendores.

Mas, não se acovardou. Nos últimos anos, suavizou ainda mais a sua altivez. Foi sempre pessoa de sólida piedade, mantinha-se sempre de olhos baixos, imóvel e recolhido quando rezava. Assistia várias missas por dia. Tinha também um grande sentido de honra e nobreza, correção e dignidade.

Não obstante as falhas, “ele deu o seu recado”, aconselhou muita gente, divulgou a boa imprensa, rezou muito e com muita piedade honrou a Congregação com sua dignidade pessoal.

Era muito devoto de Nossa Senhora do Carmo. Era-lhe também gratificante e recordava com muita frequência a “promessa consoladora” da Congregação. No seu último aniversário, pôs a sua melhor batina e depois de me ter ajudado a Missa, segredou-lhe aos ouvidos: “esta é a última comemoração do meu aniversário”. Disse o Pe. Penalva, seu conoviço e confidente.

No período de seu internamento na Santa Casa de Curitiba, foi sempre assistido pelos padres, irmãos e estudantes. Devido a problemas cardíacos e diabéticos, veio a falecer no dia 17 de dezembro de 1976 e sepultado, no dia seguinte, após Missa de Corpo Presente, com muita assistência de fiéis.

Foram 68 anos e 7 dias consagrados pelas virtudes a Deus, ao Coração de Maria, como propagandista da Boa Imprensa, promotor da Visita Domiciliária Mariana, que o levaram à mais íntima união com Deus e embelezamento de sua alma. Rip In Domino.