São Gonçalo do Bação, pacata cidade na Diocese de Mariana, no Estado de Minas Gerais, foi o lugar do nascimento do Menino Artidório, no dia 12 de abril de 1914. Seus pais, Sr. Vitalino e Sra. Helena, eram cristãos praticantes e deram ao filho, que era de muito boa índole, os fundamentos do ensino religioso; como o pequeno tinha muita inclinação às coisas da Igreja, repetia em casa nos seus brinquedos tudo o que aprendia do Padre da Igreja.
Então, de um modo natural nasceu e desabrochou nele a vocação ao sacerdócio. Antes houve contatos com os missionários claretianos que pregavam missões pela região, assim despertou nele a vocação para a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria.
Arregimentaram alguns vocacionados da redondeza de Belo Horizonte e outros de Pouso Alegre, perfazendo um número mais ou menos de vinte e todos juntos foram levados para Curitiba por missionário entusiasta, aumentando o número de seminaristas que já não era pequeno.
Aí, em Curitiba, fez três anos de latinidade, sobressaiu entre os seus colegas, graças à sua inteligência, que o classificou sempre entre os mais aplicados. No Seminário Menor, nos passeios, nos brinquedos dava uma nota assim de pendência para o ministério, simulando missões e celebrações, manifestando as suas qualidades de verdadeiro missionário popular, como mais tarde o foi.
Terminados seus estudos latínicos, passou para Guarulhos a fim de começar o Noviciado, o Ano de Provação, que levou com muita seriedade, apesar das coisas jocosas que para ele aconteceria. Terminado o Santo Noviciado, emitiu os votos temporais pela Profissão Religiosa a 6 de janeiro de 1930. Neste mesmo ano, foi para Rio Claro, onde começou e terminou os estudos de Filosofia, brilhando grandemente pela sua inteligência
Em 1933, os dois colégios: o de Curitiba e o de Rio Claro trocaram o seu pessoal. O Escolasticado, que estava em Rio Claro passou para Curitiba, onde estava o Postulantado que, por sua vez, foi para Rio Claro.
Em 1934, encetou os seus estudos de Teologia, sob a orientação de ótimos professores claretianos: Teologia Dogmática, Moral, Direito Canônico, Oratória e Mariologia. Durante a carreira ele foi recebendo, nas datas litúrgicas, as Ordens Menores, Subdiaconato e Diaconato oportunamente.
Em 1938, com muito fervor e entusiasmo, subiu os degraus do altar, ordenando-se de sacerdote, a 17 de dezembro.
Permaneceu, já ordenado de sacerdote, na Casa de Curitiba até o ano de 1947. Nos dez primeiros anos após a ordenação, ele morou anos no Colégios de Curitiba e Rio Claro. Foi grande professor de Filosofia na Universidade Federal do Paraná, cuja cátedra ele conquistou depois de brilhante defesa de tese mediante grande esforço na luta para isto.
Conquistou também, a simpatia e admiração dos alunos pelos conspícuos ensinamentos, novos conhecimentos, com os quais expunha a doutrina com explicação clara e simples, pelo que, os que o ouviam atentamente se faziam grandes e sábios.
Em 1950, exerceu o múnus de Pároco em Campinas. Em todo o tempo que lá esteve, com toda a amplitude de ação, abarcando todos os ministérios, na execução dos quais era grandemente procurado, principalmente nas missões populares, para as quais ele se preparava muito bem com doutrina, com eloquência natural e grande empenho de coração.
Quando a Província foi criada a “Equipe de Missões”, os Superiores o elegeram para que com o coração e a alma a regesse. Este cargo correspondeu exatamente aos seus propósitos de pleno e exemplar trabalho nas missões populares. Foi um grande missionário claretiano. A Província Meridional do Brasil enviou-o como Delegado ao Capítulo Geral de renovação no ano de 1967.
Com grande simpatia de todos os Capitulares, manifestando grande prudência, dando orientações firmes nas resoluções. Dotado por índole de grande afabilidade, amou a Congregação e a vocação e sempre pronto a servir as almas às quais atraía a si com a sua mansidão. Teve tino de urgir veementemente e propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Tinha grande alegria, quando se propunha a fazê-la conhecida pelas cidades e as consagrava ao seu materno Coração. Ele mesmo conduziu a muitos, com as inúmeras pregações e muitas consagrações ao trono da graça. Com todas elas chegou certamente ao prêmio copioso do apóstolo claretiano e cordimariano.
Veio a falecer no dia 11 de outubro de 1982, na Vila Leopoldina, em São Paulo, Brasil. Um derrame cerebral o abateu repentinamente, enquanto atendia o expediente paroquial; completava 68 anos de idade e regia, como Ecônomo e Superior, a Comunidade de Vila Leopoldina.