PE. BENTO DE URIARTE ERBASTRAIN, CMF

Data de Nascimento:

14/06/1889

Falecimento:

Falecimento: 19/04/1982 (93 anos)

Cidade:

Batatais, SP, Brasil

Ceanuri, cidade da Província de Vizcaya, Diocese de Victória, foi o lugar onde o menino Bento viu a primeira luz do dia, aos 14 de junho de 1889. Seus pais, Sr. Venâncio e Sra. Eusébia, eram cristãs de fibra e ofereceram ao seu filho condições para a sua vocação e misteriosa predestinação para a vida sacerdotal.

Contatos com os missionários claretianos, juntamente com os princípios religiosos de sua família, fizeram surgir, com toda normalidade, a sua vocação para entrar na Congregação seguindo os mesmos caminhos que os seus colegas no sacerdócio e na vida religiosa.

No Seminário Menor não lhe correram tão céleres e felizes, os anos de latinidade pela dificuldade que, como vasco que era, encontrava em aprender o castelhano e o latim, ao mesmo tempo, mas, devido a sua inteligência e certa facilidade para línguas, conseguiu vencer esta etapa.

Aprovado para ingressar no Noviciado, começou o Ano de Provação em 1915, emitindo os votos religiosos pela Profissão Perpétua em 16 de agosto de 1916. Como professo, seguiu para o Seminário de Beire para encetar os seus estudos de Filosofia. Foi terminar os estudos eclesiásticos em São Domingos da Calçada: Teologia Moral e Direito Canônico, encerrando em Segóvia seus preparativos para a meta desejada: “Post Deum, deus terrenus”- “Depois de Deus o deus terreno”.

Durante esta preparação, renovava os seus propósitos do Noviciado – humildade, amor e constância na vocação Claretiana, adesão à Congregação -, sentindo as auras e o apelo à vida sobrenatural, anelando poder realizar o pensa-mento do Aquinatense referente aos sacerdotes: “Vovistis sanctitaten et omnis perfectonisi sanctitatem”. Assim, acautelado com a visão correta da realidade, chegou o dia em que foi ungido sacerdote eterno aos 26 dias de maio de 1923.

Feitos os preparativos para vida ministerial, na expectativa de todo o claretiano de então, recebeu como missionário, o envio para pregar em terras de missão, coube-lhe em sorte o Brasil.

Em 1924, portanto um ano após o término de sua carreira eclesiástica, aportou na Terra de Santa Cruz. A primeira comunidade em que morou foi a de Batatais. Chegou a esta cidade, em hora oportuníssima, quando se fundava o Colégio São José, onde homens ilustres se formaram sob a direção de mestres abalizados, entre eles, com elogio ao destacante, Pe. Bento Uriarte.

Por isso mesmo, não se há de admirar que o Padre permanecesse sempre no mesmo Colégio, enquanto na Província, os cargos eram distribuídos e seus colegas enviados a outras Casas, ele ali permanecia, a pedidos dos Superiores e dos outros padres que ficavam. E lá ficava o Pe. Bento, com anuência e boa vontade dos Superiores.

Nunca exerceu o cargo de Superior, contudo, desempenhava os múltiplos ofícios deste Colégio e na comunidade, como se o Superior estivesse presente, quando se tornava necessário. Muitas vezes, como Consultor e Ecônomo, assistia à casa prudente e sinceramente.

Onde sobressaiu de modo admirável, foi na obra de ensinar, verdadeiramente trabalhosa num colégio interno, durante 57 anos. Engrandeceu o Colégio São José com grande autoridade pelo magistério, pela pedagogia e perfeita execução de seu cargo. Estava ornado de grande diligência e habilidade em ensinar línguas.

Pela sua experiência e magistério, que se prolongou bastante, educou e formou a muitos e ilustres filhos da cidade, do Estado de São Paulo e de outros Estados do Brasil.

A cidade de Batatais, em determinada solenidade literária, em sinal de gratidão, conferiu-lhe o título de “Cidadão Batataense”. Esteve, com sua constante diligência, à frente de outro campo: aquelas ações do sagrado ministério, às quais se comprometia, segundo lhe permitia o seu principal afazer de ensinar. Serviu à Comunidade das Irmãs da Sagrada Família, como Capelão em 27 anos.

Humilde e servidor de todos, ornado do espírito de fé e simplicidade, viveu a vocação claretiana com a palavra e o exemplo evangelizando desde a escola. O Padre Provincial celebrando piedosamente a Missa e as Exéquias, na homilia referiu-se a ele: “vida voltada para Deus, vida voltada para os irmãos”.

O Prefeito da cidade de Batatais, exprimindo publicamente a dor dos seus concidadãos, deplorando a morte do Pe. Bento, proclamou decreto de três dias de luto em sua homenagem.