Murdaca, pequeno povoado da Vizcaya, Diocese de Victória, Espanha, foi onde o menino Ciro viu a luz deste mundo pela primeira vez, aos 27 dias do mês de maio de 1903. Seus pais, Sr. Ciro e Sra. Filomena, como bons vascos, de firme fé cristã, souberam dar ao filho profunda vida religiosa e convicções para tudo o que é de Deus, com fidelidade irrestrita.
Logo despertou nele a vocação para a vida religiosa e inclinação ao sacerdócio. Chegou ao Postulantado de Balmaceda. Entrando na Congregação perfez todos os seus estudos nos Colégios Seminários de Castela.
Portanto, após os estudos de Latim em Balmaceda e aprovado para o Noviciado, seguiu para Segóvia onde fez o Ano de Provação em 1919. Emitiu seus votos temporais pela Profissão Religiosa a 15 de agosto de 1920. Os estudos tradicionais de Filosofia e Teologia foram feitos nos Seminários de Castela, como se disse acima. Nos tempos litúrgicos e em datas determinadas, foi normalmente recebendo as Ordens Menores, Subdiaconato e Diaconato até o dia em que, com todo o fervor subiu os degraus do altar do Senhor e foi ordenado sacerdote de Deus. O grande evento para ele deu-se no dia 24 de maio de 1928.
Terminado o Ano de Pastoral realizado em Aranda de Duero no ano de 1929, foi destinado às missões do Brasil. Superado o curriculum de todas as disciplinas eclesiásticas, cumulado de virtudes e doutrina, veio destinado ao seu ideal todo cheio de propósitos e desejos de trabalhar, na vinha exuberante do Senhor.
A primeira comunidade em que ele morou foi Batatais. Aí ele foi Capelão, durante quarenta anos do Colégio Auxiliadora e aí celebrou a sua última missa.
Exerceu e dedicou-se com grande empenho e constância aos ministérios pastorais, visto que nem o calor nem o frio, nem a febre nem outro qualquer incômodo e impedimento o afastou de cumprir seus ofícios apostólicos. Mostrou sempre uma piedade fora do comum a Nossa Senhora Auxiliadora, da qual era cooperador; difundiu, como apostolado especial, a devoção à Santíssima Eucaristia e dispendeu singular trabalho em preparar as crianças para a Primeira Eucaristia.
Por este ministério, empregou uma técnica e apta catequese, com grande piedade e benignidade. Estava sempre pronto e disposto para atender e visitar aos enfermos, quando presidiu, como Capelão, ao Hospital Municipal de Batatais.
Nos extremos meses de sua vida, estando já bastante doente, celebrava a Eucaristia na Casa de Descanso das Irmãs de Jesus Maria e José, até o quarto dia antes de sua morte, a qual previu e por isso mesmo solicitou o Sacramento da Confissão e o realizou com sinais de dor e humildade, pois, como ele mesmo disse: “foi a última confissão”.
Terminou a sua vida no dia das Missões, domingo, 23 de outubro e vigília da festa do Santo Fundador, o Padre Claret. Sua morte foi tranquila e serena, cumulada de sinais de piedade; no entanto morria, segurando com as mãos o Rosário, que constantemente propagava e sobremaneira recomendava.
Sua lembrança será perpétua, como Capelão e Diretor Espiritual do Colégio N. Sra. Auxiliadora, do qual teve um cuidado com amor verdadeiramente sacerdotal, sua fidelidade ao ministério apostólico era reconhecida por todos, assim como também, o seu espírito de sacrifício e cuidado em preparar os meninos e jovens. Para os formar, dedicara toda a sua vida.
As exéquias, presididas pelo Senhor Arcebispo de Ribeirão Preto e mais quatorze sacerdotes co-celebrantes, foram um sinal de carinho dos meninos e jovens ao Pai querido e um preito de profunda saudade e reconhecimento dos seus irmãos de comunidade, a quem dedicaram sempre um grande respeito e veneração. Que ele, lá do céu, proteja aos adolescentes e aos irmãos de Congregação, aos quais se esforçou por educar e edificar com amor verdadeiro. Descanse na Paz do Senhor!