BENEDITO DE MELLO, CMF (ESTUDANTE)

Data de Nascimento:

17/06/1941

Falecimento:

Falecimento: 06/07/1965 (24 anos)

Cidade:

Lierna, Itália

Santa Rita de Caldas, cidade pacata do Sul de Minas Gerais, Diocese de Pouso Alegre, como quase todas as outras cidades deste rincão pátrio, participa de civilização e influência de São Paulo, assim como as que estão situadas na Zona da Mata de Minas, participam da orientação do Rio de Janeiro. Neste lugar é que o Sr. Benedito de Melo viu a luz deste mundo, que às vezes traz a desilusão.

Seus pais, Sr. Eduardo Oswaldo e Sra. Josefina Aparecida, piedosos católicos mineiros, incutiram o temor de Deus e os princípios cristãos em seu filho, o pequeno Benedito. Ainda jovenzinho entrou no Seminário Menor de Pouso Alegre para a Congregação e logo após ter feito os seus estudos de Latinidade, partiu para o Ano de Provação, o Santo Noviciado, em 1957. Um ano depois, emitia os seus votos temporais em 15 de agosto de 1958. Foram sendo renovados até chegar o dia de sua Profissão Perpétua. Logo a seguir chegaram os Ministérios até receber o Diaconato. Foi escolhido, devido a sua inteligência, para ir a Roma a fim de se doutorar, para poder melhor servir a sua Província de origem, Província do Brasil Central.

Estava passando as férias de julho do Colégio Internacional com outros sete seminaristas em Lierna (Itália). Pela manhã recolhiam todos os dias em torno do altar da Capela do Seminário de Lierna. Um deles, já diácono, subia os dois degraus e abrindo o sacrário, distribuía aos companheiros o Pão dos fortes e depois o dava a si mesmo. Era o Sr. Benedito de Melo no exercício de suas altas funções.

No dia 8 de julho, guiados pelo Sr. Melo, concordaram em galgar o pico do Monte Grigna (2400 metros de altitude). Era a sétima escalada que fazia. Poucos minutos e alegres perdiam-se de vista no verdejante bosque que encima a cidade de Lierna. Com passo lépido e toda a juventude, ar fresco pela manhã, atingiram as alturas. Como alarme, passado um primeiro molestar, recorreram ao refúgio “Bietti”. Estava fechado. Caminharam mais um pouco e o segundo refúgio “Brioschi” quiseram parar para fugir à tormenta de granizo; mesmo porque um companheiro perdeu os sentidos e, enquanto outros ficaram prestando-lhe socorros, o Diácono Sr. Melo e o Sr. Carrera, foram adiante à procura de socorro. Um e outro foram impedidos: o Diácono foi dominado por câimbras e o Sr. Carrera voltou ao “Brioschi”. Ele quis voltar, mas tentar seria um suicídio, pela tempestade. Amainada esta ele correu ao Diácono Melo, que já estava em situação desesperadora. No entanto, prodigou-lhe massagens respiratórias, respiração artificial, respiração boca-a-boca… Tudo em vão. O frio da morte invadiu inexorável o corpo martirizado e inteiriçado do Sr. Melo pela quantidade de granizo. Ao Sr. Carrera não restava outra coisa, senão compor piedosamente o corpo já cadavérico; dispôs pedras ao redor, prevenindo um possível deslizamento para o abismo.

Depois que o sol brilhou de novo, contemplando o triste quadro ainda meio enregelado pelo frio, também voltou o Sr. Carrera rezando, durante a caminhada, pelo colega, chegou à aldeia de Esino Lário. A notícia espalhou-se rápida e as autoridades tomaram as providências cabíveis para o resgate do cadáver, que foi feito no dia seguinte e os restos mortais foram transportados e depositados na Capela de São Nicolau de Esino Lário. Depois do féretro foi fechado e conduzido para Lierna, tendo antes sido celebrada Missa em sufrágio do diácono irmão e colega.

À sua entrada na Capela do Seminário de Lierna, de que dias antes, tinha partido, desejoso de conduzir seus irmãos ao arrebatamento das alturas, a comunidade inteira do Seminário, rendeu-lhe o primeiro sufrágio solene, com missa cantada e a absolvição do cadáver, oficiadas pelo Pe. Reitor.

No domingo, em direção à Igreja Paroquial, desfilando lentamente no ritmo cadencioso do Noturno e das Laudes pelo Clero, e das orações murmuradas, a meia voz, pelos fiéis alcançou a Igreja.

A Santa Missa foi celebrada pelo Pe. Puigvi, Conselheiro Geral dos Claretianos, enquanto os outros ritos foram oficiados pelo Reitor do Seminário de Lierna. Na homilia fez-se a oração fúnebre do chorado Diácono, que no próximo mês de setembro cantaria a sua primeira Missa. Acompanhado de preces litúrgicas, o cadáver do Diácono, Sr. Melo atingia a sua última morada no Cemitério de Lierna, no túmulo da Família Claretiana. RIP