Haadamura, cidade da grande Tóquio, Diocese de Tóquio, Japão, foi o lugar de nascimento do menino Antônio, aos dez dias de fevereiro de 1910. Seus pais, Sr. Quizabrio e Sra. Yuguia, de religião oriental, educaram o seu filho segundo os seus ensinamentos e princípios.
Sua saída do Japão, como imigrantes e chegada ao Brasil está envolta em mistério. Ouviu-se falar que, chegada a hora de servir o exército japonês, ou então mesmo depois de ter alistado como soldado, teria, acaso, desertado, não se sabe, mas corre uma dúvida a este respeito.
Parte de seus parentes, como imigrantes, foi morar no Norte do Paraná e ele se encaminhou para a cidade da Carangola-MG. Foi lá que, em contato com o Pe. Valentim Armas Rui da Costa, C.M.F., encontrou o Cristo e converteu-se ao Catolicismo, fez batizar-se e, ainda, sentiu-se chamado à vocação religiosa, à Congregação, na condição de irmão missionário claretiano.
Entrou na Congregação, sendo o mesmo Pe. Valentim Armas que o trouxe para Guarulhos, em 1937, depois de um tempo de tirocínio em Carangola. Iniciou o seu Ano de Provação, o Santo Noviciado, no ano de 1938, emitindo os votos temporais de pobreza, castidade e obediência pela Profissão Religiosa, em 02 de fevereiro de 1939, em Guarulhos-SP.
Aos 30 anos de idade, consagrou-se ao serviço de Deus e do Coração Imaculado de Maria, como irmão missionário. Viveu quarenta anos de vida religiosa, dos quais a máxima parte foi em Guarulhos.
Tinha muitos conhecimentos de ervas medicinais para processos de cura e tratamento da saúde; dedicou muito tempo à vida da horta, pomar, à cunicultura, aproveitando a carne e o couro dos coelhos, cujas peles curtia com muita arte; aperfeiçoava as coisas fabricadas com as mãos, com engenho muito atilado e singular artifício, as quais vendia a bom preço, ajuntando boa quantia disto, com licença dos Superiores, o que ele sempre acentuava, para constituir fundo, a fim de angariar e formar vocações claretianas; sempre nestas e outras coisas, submetia à vontade dos superiores, como ressalvava sempre.
Pôde, com isto, trabalhando e amealhando o que conseguia, ajudar a formação dos seminaristas claretianos. Tivesse vivido mais e realizaria em grande parte este grande ideal. Quanto à pobreza, era meticuloso e todas as vezes que entregava algo de seu trabalho, qualquer dinheiro extra para ajudar a comunidade, pedia a assinatura do ministro ecônomo ou pessoa a quem entregava o donativo para seu controle pessoal.
Notava-se nele grande alegria, quando podia colaborar dessa forma para a Congregação.
Nosso Senhor visita, por vezes, as nações, famílias com perseguições, guerras e mortes. Assim estes dias, ele visitou os claretianos, para aviso, quem sabe, com mortes desastrosas. Haja vista o atropelamento e morte do Pe. Lousa (15 de maio de 1978) e, uns dias antes, o atropelamento também do querido Antônio Santos Fukutaro, seguindo-se, dias depois, a sua morte, precisamente no dia 17 de maio de 1978.
O Irmão Santos, logo após o desastre, foi socorrido, por primeiro, no Hospital Heliópolis, do Ipiranga, em São Paulo; depois, foi trasladado para o grande Hospital Stella Maris, de Guarulhos, onde, após bom tratamento de soro para ser operado com amputação das pernas, veio a falecer, não resistindo à cirurgia, vítima da gangrena, de seu coração e corpo já bem alquebrados, como era do conhecimento de todos.
Ir. Santos trabalhou com toda a humildade e submissão para as vocações claretianas, para a glória de Deus e do Coração de Maria e para a Congregação, merece a nossa imitação! Descanse na Paz do Senhor! Amém