Chama-se Grulleros a Vila onde viu a primeira luz da vida aos 17 de agosto de 1895, o Pe. Anastácio Vasquez Alonso. A um quilômetro desta pequena aldeia de 600 habitantes viviam seus pais Sr. José Vasques e Sra. Felipa Alonso, profundamente cristãos, para o sustento de doze joias, que Deus lhes entregara. Ao ser perguntado o que desejava ser o menino Anastácio respondia: “Jesuíta”.
Levaram-no aos Padres Capuchinhos de Leão. Não ficou lá porque seu desejo era ser jesuíta. Afinal os jesuítas o admitiram contanto que pagasse pelo menos o primeiro ano de estudos. Ao passar os dias de semana santa em casa, os Jesuítas escreveram-lhe que podia ficar em casa. Mas era clara a vocação do menino, faltava-lhe escolher a Congregação.
Sabendo disso o Pe. José Bosquet, autor do “Thesaurus Confessarii” levou-o para o Postulantado de Valmaceda, entrando na Congregação aos 21 de novembro de 1908, festa da Apresentação de N. Sra. no Templo. Fizera a primeira Eucaristia na Natividade de Maria de 1903. Após os estudos de Latim, no dia 14 de agosto de 1911, encetava o Santo Noviciado e, a 15 de agosto de 1912, pela profissão religiosa, entrava na falange cordimariana.
A seguir, fez os seus estudos de Filosofia e Teologia no Colégio Calceatense brilhantemente.
No dia 02 de maio de 1920, em Calahorra era ungido sacerdote eterno. Disso jamais se arrependeria, como os fracos que se punem de míseras saudades pelo punhado de terra que abandonaram, seguindo a vocação sacerdotal. Logo passou ao Ano de Preparação imediata, no Colégio da Aranda de Duero. Seu primeiro sermão foi a 12 de junho de 1920 e a 28 de janeiro de 1921 pregou a primeira missão em que se sentiu missionário, de crucifixo no peito, como de praxe, participou a seguir de sermões da Semana Santa.
Sentiu-se orgulhoso por ser destinado às Missões de Chocó, mas doença providencial fez trocar o campo de operações apostólicas. Foi destinado ao Brasil.
Saiu da Espanha, no dia 17 de setembro de 1921, e aportava a Santos, no dia 1º de outubro, dia inicial do mês do Rosário, fazendo parte da 30ª Expedição de Missionários Claretianos ao Brasil. Chegou a Porto Alegre, seu primeiro destino no Brasil e entregou-se a todo ministério de pregações.
Em 11 de fevereiro, foi nomeado Superior da Comunidade e Pároco de N. Sra. das Dores. Sua atividade, como sempre, foi de bom trabalhador, sem se poupar a nenhum sacrifício. No mister de Superior, tomou como modelo o das Constituições: “Exemplo in omnibus praeire, subditorum curam Habere quoad animam e quoad corpus”.
No dia 06 de março de 1930, recebia a sua nomeação de Conselheiro e Secretário Provincial. Permaneceu no Governo Provincial durante 28 anos incompletos. Como Secretário era modelar nas visitas, aliviando o trabalho do Provincial nos exames dos livros e de mais atos de visita, sempre com uma caligrafia impecável.
Em 1930, tomou as rédeas como Diretor da Revista Ave Maria. Conseguiu melhorar sua impressão, duplicá-la na tiragem, triplicá-la e modernizá-la. Foi Redator e Escritor e conseguiu colaboradores exímios. Para isso conseguiu comprar a Capela das Filhas de Maria de Santa Cecília, sita à Rua Martim Francisco e transformá-la em Oficinas Gráficas da Editora.
Nos últimos anos, cheios de achaques do Pe. Gregório Angóitia, o Pe. Vasquez foi-lhe como verdadeiro samaritano, que muito o auxiliou no cargo de Ministro Provincial. Na prestação desse auxílio, notou-se seu pulso administrativo. Em vista disso, nas eleições de 1936, com a nomeação do Pe. Mariano Frias, para Provincial, coube ao Pe. Vasquez os postos de 3º Conselheiro e Ministro Provincial. Então, com tino administrativo e espírito religioso do Pe. Vasquez, a Província Meridional cresceu economicamente, tendo pago as dívidas do Banco Hipotecário “Lar Brasileiro”, de Governos anteriores, enriquecendo o patrimônio da Província com os grandes Colégio de Esteio e Guarulhos.
Criada a Província do Brasil Central, o Pe. Vasquez foi transferido para a novel Província e aí tornou a carregar o peso da direção administrativa. Apressou-se em promover obras de vulto. Num arranco de coragem e animado pela esperança no Coração de Maria, de acordo com o novo Provincial e os seus Conselheiros, comprou a Casa Santa Tereza, construiu o Seminário de Pouso Alegre- MG e o Noviciado de Jardim Claret-RJ.
Além disso, o Pe. Vasquez, apareceu como grande pregador, pelos inúmeros sermões deixados como catequista e como Diretor da Congregação Mariana de Moços… No entanto, ele nunca gozou de boa saúde. Em 20 de março de 1929, em Porto Alegre, fez uma operação intestinal. Já em São Paulo, foi atingido de uma ameaça cardíaca em 1945. Em 1955, sofreu outra maior, sendo hospitalizado no Hospital Santa Catarina.
O maior abatimento físico, que se notou nele foi em 1958 já no Rio de Janeiro. No dia 11 de abril deste ano, avisou que se achava muito mal e no dia 12, depois de diversas crises mais, em determinado momento o irmão enfermeiro que acompanhava, notou que o Pe. Vasquez agonizava e chamou os Padres. Dão-lhe a Unção dos Enfermos e lodo a absolvição “sub conditione”.
Celebraram-se por sua alma as Missas Exequiais. O cadáver foi velado, na capelinha da nossa Casa de Santa Tereza. O enterro encaminhou-se para o Cemitério de Inhaúma e seu corpo foi colocado no jazigo da comunidade meirense, junto aos restos mortais de outros claretianos ali falecidos.