PE. ESTEVÃO NEGRO JUANVELZ, CMF

Data de Nascimento:

26/12/1882

Falecimento:

Falecimento: 04/06/1953 (71 anos)

Cidade:

São Paulo, SP, Brasil.

No dia seguinte ao Natal de 1882, nascera Estevão, em Zudaire, localidade importante pelo fato de 400 anos antes viera também à luz o seu santo padroeiro, Santo Estevão de Zudaire, um dos 40 mártires que, guiados por Santo Inácio Azevedo, vinham evangelizar o Brasil.

Estevão entrou no Seminário Claretiano de Alagão em julho de 1895 e logo após os anos de latinidade, foi para Cervera onde após ter feito o Noviciado com grande aproveitamento de sua alma, fez a profissão perpétua nas mãos do Revmo. Pe. Clemente Serrat, eleito 5 dias antes Superior Geral no Capítulo de Vic. Aí estudou Filosofia e Teologia.

Dogmática e o 1º Ano de Moral. O 2º Ano fê-lo em Alagão onde recebeu o presbiterato. Fez o Ano de Perfeição em Aranda de Duero para vida futura nos diversos ministérios.

Tanto em Aranda como nos outros colégios indicados, recebeu esmerada direção sob a orientação dos Padres Latorre e Mariano Fernandez, no seminário menor, Sanches e Crispiniano Garcia, no Noviciado, Capri e Munárriz no Escolasticado, Pueyo, Naval e Busquet no Ano de Perfeição.

Em abril de 1907 em Santos em 19 de maio de 1908 na 11ª Expedição. Foi formar parte da Terceira Casa fundada no Brasil, Pouso Alegre. Depois de 15 dias de chegar começou a alternar com os demais padres no exercício do ministério, entre mil peripécias provenientes da diversidade de língua, costumes e clima….

Ao apreciar os frutos das missões, ele foi tomando gosto por elas a tal ponto de converter em verdadeira paixão, o que fez não sentir tanto peso de tais trabalhos.

Passou 17 anos nessa vida, tomando parte dos variados ministérios dos Missionários aqui no Brasil. Por três vezes formou parte da comunidade de Pouso Alegre, duas de Campinas e outras duas de São  Paulo. Depois desta vida missionária, tendo de se abrir o Noviciado da Província, devido a falta de pessoal adequado, os Superiores voltaram seus olhos para o Pe. Estêvão para ele ocupar-se como  Mestre de Noviços. “Neste cargo, diz ele, permaneci uns 15 anos, até que Deus em sua amorosa e sapientíssima Providência foi servido enviar-me essa doença do polineurite, na qual dando-me uma lição sapientíssima, me dá ocasião para reparar descuidos na vida espiritual, comunicando-me também novas luzes para o futuro”. Humildade de um Santo! Na Província ele exercitou os seguintes cargos: Ecônomo Local, Ecônomo Provincial, Superior Local, Mestre de Noviços e Consultor Provincial. O espírito de observância do Pe. Estêvão, que era proverbial na Província, dispensa qualquer comentário. Após a vida missionária, volta para o Noviciado onde é um noviço no meio dos noviços. Era de admirar a precisão com que cumpria e fazia cumprir tudo que era preceito do horário doméstico e observância religiosa. Procurava formar os noviços e também os estudantes professos, quando acumulou o cargo de Prefeito, na seriedade, reflexão, piedade sólida, humildade e mortificação.

Dava diariamente duas conferências para os noviços e uma aos estudantes, quando Prefeito. Explicava com clareza a fazer a oração e as partes da Ascética de um modo prático e fácil. Sabia provar os noviços de mil modos, como bom Mestre de Noviços que era. Por isso ele passará à história da Congregação e da Província como um grande Mestre de Noviços.

A vida do Pe. Estêvão Negro era um convite à piedade. Rezava as orações oficiais da Igreja e as obrigatórias da Congregação. Rezava a Missa com notória piedade. O Breviário era rezado com muita devoção e ainda continuava em oração quando terminava o terço e a visita ao Santíssimo Sacramento. Era visto com freqüência fazendo a Via Sacra. Foi sempre zeloso da observância regular exigindo com rigor a guarda do silêncio e a modéstia sempre num ambiente para criar a vida interior. Exigia também recato nas palavras e atitudes. Devotava grande amor à Congregação e conhecia as suas glórias.

Começando a sua vida missionária numa das regiões do Brasil, onde a religiosidade do povo é mais profunda e o missionário é olhado como homem de Deus, chegou a ter verdadeira paixão pelas missões, não sentindo o peso dos trabalhos, que desaparecia em confronto com as consolações espirituais. Durante os anos de Mestre, recordava esses anos felizes, e quando pela doença, teve que renunciar o cargo, pode voltar a Pouso Alegre onde carregado em braços, reviu aqueles lugares, que foram as primícias do seu apostolado.

O Pe. Estêvão foi missionário até a hora da morte e o povo o chamava “o Santo Pe. Estevão”. Quando foi sabida a sua santa morte, Pouso Alegre desfilou toda diante do cadáver e depois o acompanhou até a última morada terrena e o mesmo povo se cotizou para levantar um mausoléu, que chamam com respeito “a capelinha do Santo Padre Estêvão”.

E enquanto com lágrimas nos olhos e emoção no coração lembramos a vossa memória, querido Mestre, rogai a Deus por nós, a fim de nos edificarmos com as vossas virtudes e seguir os vossos exemplos.