Azuelo, pequeno povoado de Navarra, Espanha, foi o lugar, em que o menino Félix viu a primeira vez a luz do dia aos 4 de novembro de 1904. Seus pais, Sr. Estanislau e Sra. Paula, como navarros, de formação eminentemente cristã, souberam infundir no inocente filho Félix uma índole firme e de profundo temor de Deus e inclinação ao bem e ao certo.
Assim, num terreno fértil e bom cresce a vocação e dá os seus frutos. Dom Bosco disse que toda criança recebe o convite de Deus. Mas é preciso que este convite encontre terreno preparado. Félix, ainda jovem, recebeu a vocação e entrou para a Congregação em 1918, aos 13 de setembro em Alagão, onde fez os seus estudos de Latim até 1921.
Na ex-Universidade de Cervera, em 1922, começou o seu ano de prova, o Santo Noviciado e a 15 de agosto de 1923 emitiu seus votos religiosos. Em Cervera, ainda, fez seus estudos de Filosofia e Teologia, obtendo sempre notas boas. Pelo seu bom comportamento foi passando pelas ordens menores e maiores, vindo a se ordenar a 20 de maio de 1931.
Depois de fazer o Ano de Perfeição, em Aranda de Duero, no mesmo ano de sua ordenação, realizou o seu ideal missionário de ser enviado ao estrangeiro, para as missões. Seu destino foi a Terra de Santa Cruz, onde aportou no dia 15 de outubro de 1931 com outros sete companheiros entre eles um irmão missionário, fazendo parte da 38ª Expedição de Missionários.
Na Província Brasileira, o Pe. Félix Dias trabalhou quase toda a sua vida, durante 33 anos, nos colégios internos, na formação, a saber: Curitiba, Rio Claro, Esteio, Guarulhos. Em Curitiba, no Escolasticado, além de outras matérias, lecionou, na parte de Teologia, Direito Canônico, com muito proveito dos senhores estudantes. Foi professor em Casa e também na Faculdade de Filosofia do Paraná, fora de Casa.
Em Rio Claro e Esteio foi Superior, cumprindo e fazendo cumprir as regras e a observância religiosa. Devido o seu caráter de levar tudo a sério e com perfeição, foi escolhido para ser, em Guarulhos, Prefeito dos Filósofos, Mestre dos Noviços e Superior.
No Governo do Pe. Isidro Balsells, Superior Provincial, o Pe. Félix desempenhou cumulativamente estes cargos com o de 3º Conselheiro Provincial. Em 1962, durante o seu Governo, como Superior Provincial o Pe. Isidro Balsells veio a falecer, vítima de um derrame, que lhe paralisou parte do seu organismo, da cintura para baixo; motivo este que deu origem a eleição de outro Governo Provincial, presidido pelo Pe. Faliero Bonci.
Ainda durante este Governo, o Colégio de Guarulhos continuava desativado por falta de vocações religiosas, sendo Superior o Pe. Félix. Foi quando o Governo do Pe. Faliero achou por bem transformar o Colégio de Guarulhos em Colégio de Externos, encarregando ao Pe. João Batista Monteiro Leite o ônus de executá-lo. O Pe. Félix submeteu-se à nova ordem de coisas, vencendo o seu natural desejo que o Colégio continuasse como Filosofado e Noviciado, mas convenceu-se, não só pela falta de vocações como sobretudo pela pressão provocada pela população em vista do enorme crescimento da gente estudantil, devido à implantação de muitas empresas industriais, atraídas pela despesa de impostos durante 10 anos pela Prefeitura Municipal local.
Como prêmio de todos esses trabalhos, foi a título de descanso, à sua terra natal, Espanha, onde esteve na sua Província de origem visitando amigos e familiares. Após essa viagem, foi destinado a Casa de Santos, onde exerceu o ministério com muito zelo apostólico.
Quanto à sua fisionomia moral, Pe. Félix foi um sacerdote exemplar e piedoso religioso, distinguindo pela observância, delicadeza de trato de consciência e de espírito.
Faleceu quase repentinamente, às 23h do dia 8 de setembro der 1964, em Santos, vitimado por enfarte cardíaco, após receber sumariamente a absolvição e Unção dos Enfermos, das mãos do Pe. Raimundo Pujol, Superior da Casa de Santos. Descanse em paz!