O povoado da “Torre del Campo”, na Província e Diocese de Jaén, embalou o berço do inocente Fernando, aos 19 de janeiro de 1883. O lar feliz do Sr. João Rodrigues e Sra. Tereza Arroyo engalanou-se com esse botão abençoado por Deus e tornou-se cristão pelo Batismo no dia 29 de janeiro de 1883.
A educação cristã, baseada na fé, influenciou sobre o caráter do menino e abriu-lhe os caminhos do estado religioso e o sacerdócio. Aos 10 anos de idade, atraído pelos Missionários Claretianos de Jaén, que selecionavam meninos inteligentes e piedosos, o pequeno Fernando ingressou no Postulantado de Segóvia, célebre pelo Aqueduto de Trajano e pelo Alcácer. Os padres do Colégio, sendo Prefeito o Pe. Julião Munárriz, incumbiram-se da formação de 120 Postulantes e 200 alunos externos sem descurar os ministérios.
Aos 15 anos, em 1898 transpôs o limiar do Noviciado da Ex-Universidade de Cervera para fazer o Ano de Provação. Aos 19 de março de 1889, emitiu os votos religiosos nas mãos do Revmo. Pe. José Xifré, Superior Geral. Continuou lá a sua vida fazendo os seus estudos de Filosofia e Teologia, que foram continuados em São Domingos da Calçada, cursando Direito e Moral, terminando a Teologia Moral em o Colégio de Aranda de Duero, constituído para o 5º ano e para os recém-ordenados, que se preparavam, de imediato para os ministérios.
Em Aranda, na data eternamente memorável do dia 25 de maio de 1907, recebeu Fernando, a investidura do Sacerdócio de Cristo das mãos do Exmo. E Revmo. Dom Armengol Coll, Vigário Apostólico de Fernando Póo.
Logo, o Pe. Martim Alsina destinou o Pe. Fernando Rodriguez ao Brasil e imediatamente embarcou a 1º de julho de 1907 em companhia de outros padres e irmãos entre eles, o Pe. Joaquim Bestué.
A primeira Casa em que esteve foi Campinas, ainda em 1907. Aí se adestrou no português e passou, incontinente, para Porto Alegre de cuja casa foi confundador. A tarefa do novel missionário foi ajudar os Bispos em suas visitas pastorais e também pregar missões e retiros. Em 1911 foi trasladado para a casa do Rio Comprido (RJ), cujo Superior era o Pe. Ângelo Martim.
Com a viagem dele à Espanha, como Delegado do Brasil ao Capítulo Geral de 1912, substituiu-o como Superior de Rio Comprido e Pe. Fernando Rodriguez, efetivado no cargo, em 7 de dezembro de 1912 para o triênio de 1913-1915.
Nomeado Superior de Belo Horizonte, em 10 de dezembro de 1915 para o triênio 1916-1918, fez um governo cheio de atividades, lançada a pedra fundamental da Basílica de Lourdes, a 3 de maio de 1916, por D. Silvério Gomes Pimenta. A 11 de fevereiro de 1919, foi nomeado Ecônomo da Casa de São Paulo. Exerceu o cargo no biênio de 1919-1920.
Encontrava-se em São Paulo, 1921, o Pe. Martim Alsina, acompanhado do Pe. Alexandre Capeda, em visita geral, quando exprimiu o desejo de que o Pe. Fernando fosse substituir e completar o triênio de Superior do Pe. Martinho Maiztegui e aí foi confirmado no Superiorato em Santana do Livramento em 1922-1924. Do Sul, foi para a Bahia, como Superior a 09 de fevereiro de 1925, completando o triênio 1925-1927. Para o triênio de 1928-1930 passou como Superior do Postulantado e Reitor do santuário do Coração de Maria, de Curitiba.
No meio sempre de grandes atividades, caiu-lhe ser Provincial do Brasil para o sexênio 1930-1936. Terminado o triênio de seu Provincialato, o Novo Governo Provincial nomeou-o Superior do Colégio Máximo de Curitiba e Pároco da Paróquia do Coração de Maria, criada em 1936 por D. Ático E. da Rocha. Entretanto, em janeiro de 1937, se recebeu a notícia da escolha do Pe. Fernando para Superior Vice-Provincial de Peru-Bolívia.
Após nove anos de ausência, retornou ao Brasil e, ainda assim, foi nomeado Superior do Seminário Claret de Rio Claro para o triênio de 1946-1948, e como Superior, assistiu o 4º Capítulo Provincial de Assuntos Internos em fevereiro de 1948. Foi eleito no Governo Provincial para 1948-1954, sendo Vice-Provincial o Pe. Fernando. Naturalmente foi nomeado Superior da Casa de São Paulo para o triênio 1949-1954.
Houve festas em São Paulo na canonização do Padre Fundador (1950) e em 1952, na inauguração do Templo Votivo Internacional do Imaculado Coração de Maria, do qual o Pe. Fernando foi entusiasta batalhador. No 6º Capítulo Provincial de Assuntos, em 1954, Pe. Fernando ocupou lugar saliente. Logo a seguir, para o sexênio 1955-1957, foi nomeado Superior do Noviciado e Instituto Filosófico de Guarulhos.
Como parque industrial grande, amplo e progressista de São Paulo, o serviço paroquial lhe foi excessivo, começou a ressentir-se de doença porque, além desse trabalho externo, havia ainda o trabalho interno da formação científica e espiritual dos noviços e estudantes. Nesse mesmo ano, a 25 de maio de 1957 comemorou as Bodas de Ouro Sacerdotais em que se leu a mensagem e a bênção apostólica do Santo Padre o Papa Pio XII que celebrou o Centenário das Aparições de Lourdes a 11 de fevereiro de 1958.
O Conselho Provincial de 1958 o elegeu Superior da Casa de Campinas e, nessa condição, tomou parte no 7º Capítulo Provincial de 07 a 17 de janeiro de 1960. Voltou a Campinas para os trabalhos, mas o seu estado de saúde o obrigou a internar-se, ora no Asilo da Santa Casa, ora em Lindóia.
Quanto à sua fisionomia moral, pode-se resumir no seguinte: “caráter de fibra, muita fé, vida de oração, sendo de responsabilidade, ânimo reconhecido e grato, amante da Congregação e beleza da Casa do Senhor”.
No dia 16 de Abril de 1960, sábado santo, o Pe. Fernando levantou-se pela manhã e parecia reanimado. Depois de tomar café, sentiu desfalecimento e chamou alguém. Não puderam mais atalhar uma síncope cardíaca. Havia recebido os Santos Sacramentos em outra crise antecedente.
Faleceu na paz do Senhor aos 77 anos e três meses.